Conforme a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), as pessoas com Altas Habilidades/Superdotação (AH∕SD) são pessoas com necessidades educacionais especiais, portanto devem receber Atendimento Educacional Especializado (AEE), em sala de recursos multifuncionais, polos de AEEAH/SD ou em outros espaços, não havendo nenhuma forma de cobrança financeira por esse atendimento. A atual definição Brasileira considera os estudantes com AH/SD aqueles que:
[...] demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Também apresentam elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse (BRASIL, 2008, p. 15).
Joseph Renzulli (2004) um dos maiores líderes da atualidade na educação de superdotados traz como definição que a pessoa com AH/SD é aquela que apresenta três traços: habilidade acima da média, envolvimento com a tarefa e criatividade. Os traços definidos pelo autor formam o Modelo dos Três Anéis, os quais caracterizam os três aspectos como essenciais na identificação de comportamentos de uma pessoa com a superdotação.
Para que se possa prestar o devido atendimento é preciso primeiramente identificar o educando com indicadores de AH/SD. Segundo Burin (2019, p. 62), “identificar requer dos profissionais da educação além de conhecimento na área, o estudo acerca das características comuns aos sujeitos com AH/SD”. Este passo tem intuito de identificar as crianças e jovens que, comparando com seus pares, apresentam habilidades superiores em áreas específicas ou gerais do conhecimento.
De acordo com as Diretrizes para o atendimento educacional especializado para estudantes com Altas Habilidades/Superdotação - AEE – AH/SD (SANTA CATARINA, 2018a), como não se trata de uma condição clínica identificada por meio de avaliação médica e sim de uma demanda educacional, é parte importante da atribuição do Atendimento Educacional Especializado em AH/SD identificar e avaliar processualmente esses educandos. Portanto, essa avaliação inicial tem como funções: identificar os educandos com AH/SD, avaliar se os indicadores se confirmam e desenvolver seu potencial nas áreas do conhecimento em que se destacam.
Algumas alternativas de identificação de estudantes de AH/SD do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio (SANTA CATARINA, 2016; 2018a):
• Indicação psicológica por meio de testes de inteligência;
• Indicação pelos professores;
• Indicação pela família;
• Indicação por colegas e auto indicação;
• Destaque em competições;
• Indicação pela produção do aluno;
• Busca intencional;
• Questionários para Identificação de Indicadores de Altas Habilidades/Superdotação; para o Responsáveis (QIIAHSD – R), Professores (QIIAHSD - PR) – Aluno, (QIIAHSD – A) (para alunos do 5 º aos 9 º anos do EF e Ensino médio);
• Questionário de Autonomeação (alunos do 1 º ao 4 º ano do EF);
• Parecer pedagógico.
Após a identificação, os educandos estão aptos a receber o atendimento nas Oficinas do Serviço de Atividades em Altas Habilidades∕Superdotação (SAAH∕S) do CAPP Patrick, que potencializam seus interesses e destaques, no contra turno inverso da sua escolarização, que podem ocorrer de forma individual ou coletiva, com participação de projetos independentes ou em grupo.
As Oficinas do SAAH∕S realizam o planejamento das atividades levando em conta as especificidades e o interesse do educando (plano de atendimento educacional). Cabe salientar que todas as atividades desenvolvidas nos atendimentos, bem como o desenvolvimento do educando, devem estar registradas em forma de diários, para com isso, ao final do ano letivo, os profissionais que participaram do processo avaliativo e atendimento do educando emitiam um parecer pedagógico à familiares/responsáveis. O registro das produções dos educandos é organizado em portfólio individual, que deve ser entregue no final do ano ou ainda quando for desligado do atendimento.
O dia Internacional da Superdotação celebra a consolidação e dá visibilidade a esses educandos, que mesmo apresentando facilidades para aprender em áreas específicas, necessitam de metodologias de ensino criativas e desafiadoras, como atividades que estimulem suas diferentes habilidades, potencializando o acesso e o desenvolvimento de maneira efetiva e prazerosa.
Autoria do texto: Vera Maria G. Dias da Costa da Rosa, Diretora Geral do CAPP Patrick Chapecó.
REFERÊNCIAS
BURIN, A. L. Alunos matematicamente habilidosos: uma proposta de atividades para potencializar sua identificação. 2019. 125 p. Dissertação (Mestrado Profissional em Matemática em Rede) - Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2019.
BRASIL. Ministério de Educação. Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília, DF: MEC, 2008.
RENZULLI, J. O Que é Esta Coisa Chamada Superdotação, e Como a Desenvolvemos? Uma retrospectiva de vinte e cinco anos. Revista Educação, Porto Alegre, n. 1, v. 52, p. 1-10, 2004.
SANTA CATARINA. Diretrizes para o atendimento educacional especializado para alunos com altas habilidades/superdotação - AEE – AH/SD, 2. ed. São José: Fundação Catarinense de Educação Especial, 2018a.
federação das apaes
do estado de Santa Catarina
R. Felipe Schmidt, 303
Centro, Florianópolis - SC
(48) 3333-6619
federacao@feapaesc.org.br
Proibido cópia ou reprodução sem prévia autorização.
Todos os direitos reservados.