Em seus princípios gerais, a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD da ONU) diz: “Participação e inclusão plena e efetiva na sociedade”
Mas a realidade é que as pessoas com síndrome de Down e outras deficiências hoje não se beneficiam de uma participação e inclusão plena e efetiva na sociedade. Há muitas razões para isto, uma delas é que há uma falta de entendimento acordado sobre o que é a inclusão e como são os sistemas inclusivos na prática.
Na inclusão educacional é a escola que precisa rever o processo de ensino aprendizagem, repensar currículo, metodologias, estratégias e propor formação continuada aos seus profissionais. Se modifica e passa a se adaptar as necessidades de cada aluno é literalmente sair da zona de conforto, mas com o tempo entender que essas mudanças contribuíram para a melhora da aprendizagem das pessoas com deficiências ou até mesmo sem deficiência. Mas além da educação inclusiva todo contexto precisa passar por transformações sendo elas sociais, culturais e políticas para a construção de um novo tipo de sociedade, capaz de rever conceitos pré-estabelecidos e atenta aos direitos adquiridos pelas Pessoas com deficiência.
Inclusão é a nossa necessidade de entender e reconhecer o outro, e assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes. A educação inclusiva acolhe a todos, sem exceção, além de ser possível a interação com o outro. Na inclusão, todos participam da sociedade, cada qual com suas diferenças (CAVALCANTE, 2005).
Sobre o mercado de trabalho, segundo o Movimento Down, até 2019, o Brasil tinha apenas 74 pessoas com a síndrome formadas ou cursando uma faculdade. Perto do número de pessoas acometidas pela síndrome (a incidência a nível mundial estimada é de 1 em 1 mil nascidos vivos). De fato, esse pode parecer um número modesto. Mas vale ressaltar que vem carregado de grandes exemplos. Um desses casos é o de Débora Seabra. Ela é a primeira professora com SD no Brasil e na América Latina!
Com a Lei de cotas para Deficientes (art. 93 da Lei nº 8.213/91), empresas em geral têm promovido a inclusão de pessoas com Síndrome de Down em seus quadros de colaboradores. Porém ainda existem muitas barreiras a serem vencidas pois, essa lei garante vagas para pessoas com deficiência, mas as particularidades da Síndrome de Down, ainda são barradas em algumas empresas, o profissional com Síndrome de Down precisa de ajuda para encontrar um lugar onde possa exercer seu potencial, pois o trabalho e o estudo são importantes formas de socialização e aprendizado.
Quanto a Cidadania e participação política, garantir os direitos das pessoas com deficiência intelectual sem privá-las de exercer os atos da vida civil sempre que possível ainda é um desafio no Brasil. No entanto, a legislação assegura que importantes atos ligados à cidadania, como votar, assinar um contrato de trabalho e ter uma conta bancária são direitos garantidos para aqueles que são interditados parcialmente. No caso da participação política, mesmo as pessoas interditadas totalmente podem exercer o direito ao voto, desde que a deficiência intelectual não impeça a livre manifestação de sua vontade.
Observando que mesmo com muitas Leis que amparam a Pessoa com Síndrome de Down e as demais pessoas com deficiência, exclusão anda camuflada tentando achar uma brecha para escapar das obrigações estabelecidas, então para conscientizar sobre o Dia Internacional da Síndrome de Down 2022, gostaria de esclarecer sobre os direitos das pessoas e também ouvi-las, ouvir as famílias , defensores, profissionais, organizações e de fato qualquer pessoa ao redor do mundo que nos dissessem :
“Inclusão significa...”
Segundo Jucilei Echer Serpa, professora e gestora do CAESP/ APAE - São Lourenço do Oeste, inclusão significa:
- “Disponibilizar acesso tanto em estruturas físicas, como também cognitivas. É estar aberto para conhecer o potencial que a pessoa com deficiência possui.”
No olhar de Madelaine Castelli, Assistente Social do CAESP/ APAE - São Lourenço do Oeste, inclusão significa:
- “Inclusão também é oferecer caminhos para que as pessoas sejam protagonistas de sua história, de sua própria vida.”
Para a professora de Educação Especial do CAESP/ APAE - São Lourenço do Oeste, Cristiane Paula Barbosa Menerovicz Inclusão significa:
- “Promover e orientar a aceitação da condição, de forma realista e clara, é o ponto chave para a qualidade de vida da Pessoas com Síndrome de Down na sociedade, desde a infância até a vida adulta. A inclusão deve ser defendida em todos os ambientes.”
O olhar de Marina Locatelli, Psicóloga do CAESP/ APAE São Lourenço do Oeste, inclusão significa:
- “Inclusão é garantia de direitos.”
Já o Fisioterapeuta do CAESP/ APAE de São Lourenço do Oeste, Ruben Cambruzzi entende que, inclusão significa:
- “Inclusão é fazer o diferente se sentir igual.”
Para a Orientadora Pedagógica Solange Dalbello Schneider do CAESP/APAE - São Lourenço do Oeste, inclusão significa:
- “Inclusão é oferecer e oportunizar igualdade a todos.”
Segundo a professora e mãe de uma Criança com síndrome de Down de 01 ano, Tamires Suppi de Jesus, inclusão significa:
- “É quando a pessoa com deficiência se sente aceita na sociedade. Inclusão significa trocar experiências entre as pessoas típicas e as com deficiência. Quando conseguimos ver a pessoa, antes da deficiência.”
Para Andreia Maria Spricigo, Educadora Especial do CAESP/APAE - São Lourenço do Oeste, inclusão significa:
- “A inclusão só cresce no terreno do respeito pelas diferenças.”
A Fonoaudióloga Bianca T. Silvestrin Souto destaca que para ela, a frase do autor desconhecido: “Inclusão não é sobre abolir as diferenças é sobre aceitá-las, valorizá-las e sobretudo, respeitá-las.” Define o que a inclusão significa.
Eis aqui algumas pessoas que opinaram sobre a inclusão, e para você o que a inclusão significa?
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